Deus, ET e Jesus alienígena


Claro que não fui o primeiro a pensar em tal assunto. Alguns já misturaram vida inteligente ET com algum aspecto da nossa sociedade. Erich Von Daniken, por exemplo, que grosso modo, usou a seguinte (i)lógica: se não se consegue explicar, hoje em dia, como humanos conseguiriam construir certos monumentos antigos, então nunca se conseguirá explicar. E se nunca se consegue explicar, é porque obviamente foram feitos por ET.

Outro J. J. Benitez sugeriu (felizmente num livro de ficção, infelizmente não considerado assim por vários de seus leitores) ET dando uma de profeta: Jesus teria sido um ET (será que é porque Jesus teria dito "coisas do outro mundo"?). Com isto temos ET em vários cargos pela Terra, de profetas a engenheiros.

Aproveitando uma deixa de Voltaire de seu livro Micrômegas, talvez ele inspirado pelo livro Aventuras de Gulliver, de Jonathan Swift, vamos fazer algumas suposições. Suponha que algum dos profetas que já existiu, era verdadeiro. Pode até ser este que você esteja pensando no momento.

Vamos então nos perguntar, o que aconteceu com gerações e gerações de outras pessoas que nasceram e morreram em outros continentes sem nunca terem visto ou ouvido falar de tal profeta. Será que seriam elas castigadas por serem heréticas? Iriam para o inferno? Reencarnariam? Quando se supõe isto, aceita-se que existe um povo privilegiadíssimo no tempo (afinal foram os únicos entre os seus a serem testemunhas do suposto profeta verdadeiro) e no espaço (povos de outros países ou continentes também não foram testemunhas).

Ou seja, abrimos mão do Princípio de Copérnico do Espaço (tal princípio, propõe que não existe região privilegiada no Universo) ou do Tempo (não existe época privilegiada no mesmo). E daí que se atirarmos um profeta ou uma pedra do alto de um edifício, ambos cairiam com aceleração de 9,8m/s²? (descontado o efeito da resistência do ar e considerando que teremos uma rede de proteção ... para salvar o profeta, claro, não a pedra). E daí também que todos, até então pelo menos, seguem as regras da biologia: nascem e morrem? (tá certo que alguns mitos falam que o seu profeta preferido não morreu - evidentemente que não podem provar tal alegação absurda).

Ainda que tanto para os profetas, as leis da natureza pareçam as mesmas do que as de nós, pobres mortais, sempre podemos enriquecer o mito dizendo que ele, o profeta, pode alterar as leis a qualquer momento se quiser: andar sobre águas, por exemplo. Então se o sobrenatural é alegado poder burlar as leis da natureza, então pode burlar o Princípio de Copérnico também.

Voltando, ao ponto central, percebe-se que se supormos que existe/existiu algum profeta verdadeiro aqui na Terra, então seu deus (ou ele mesmo) foram preguiçosos em visitar outros povos e outras épocas. Ou ainda foram sovinas em economizar o poder infinito que lhe são atribuídos.

Acho que da suposição inicial, podemos concluir que este profeta verdadeiro também não deve ter agraciado ET inteligentes que porventura existam em algum outro planeta que esteja orbitando alguma das bilhões de estrelas só em nossa galáxia. Ou em alguma outra das bilhões de galáxias.

Eu me perguntava se o deus, supondo que exista um, enviou este suposto profeta para outro planeta. Do que conhecemos de nossas mitologias, ele não enviou (deuses são sovinas) . Ou seja, se um dia aparecerem ET inteligentes por aqui, vindos em uma nave interestelar, teríamos que ensiná-los sobre este suposto profeta verdadeiro. Ou o contrário, teríamos que aceitar o profeta dele?

Lembrei-me agora de uma frase de Kant, que ao defender sua religião, teria dito "credo quia absurdum est" ("eu creio porque é absurdo").

Revejam os vídeos Dancem Macacos Dancem e Macacos!, pertinentes ao assunto.





14/05/2008 - 08h01

É possível acreditar em Deus e em ETs, diz diretor do Vaticano
da Efe, na Cidade do Vaticano


O diretor do Observatório Astronômico do Vaticano, o jesuíta argentino José Gabriel Funes, afirmou que é possível acreditar em Deus e em vida fora da Terra.
"Pode-se admitir a existência de outros mundos e outras vidas, inclusive mais evoluída que a nossa, sem por isso questionar a fé na criação, na encarnação e na redenção", disse. "É possível crer em Deus e nos extraterrestres", afirmou, em entrevista ao jornal "L'Osservatore Romano".
O jesuíta argentino afirmou que a astronomia aproxima o homem de Deus e ressaltou que é um "mito" considerar que essa ciência favorece uma visão atéia do mundo.
Funes destacou que o Universo não é infinito, que tem 14 bilhões de anos e que a teoria do Big Bang é a que melhor explica, até agora, a origem do mundo.
Questionado sobre se a teoria do Big Bang reforça ou contradiz a visão de fé baseada no que conta a Bíblia, Funes disse que, "como astrônomo, continuo achando que Deus é o criador do Universo e que nós não somos frutos da casualidade, mas filhos de um bom pai, o qual tem para nós um projeto de amor".
Funes afirmou também que os astrônomos sustentam que o Universo é formado por 100 bilhões de galáxias, cada uma das quais composta por 100 bilhões de estrelas e que muitas delas ou quase todas podem ter planetas.
"Como pode-se excluir que a vida não tenha se desenvolvido em outras partes?", perguntou.

Fonte: (clique na imagem para ler)







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os enfrentamentos inter-religiosos

Nesta postagem apresentei uma tabela que referia-se a recenseamentos demográficos do IBGE de 1980, 1991, 2000 que mostra as afiliações religiosas pelo Brasil, qual o percental de católicos, evangélicos, etc, nestes anos.

Pode-se notar que o grupo dos evangélicos é que vem mais ganhando ex-católicos como também nota-se que o percentual de teístas em geral vem caindo e de ateus aumentando. O que é ótimo se você quer uma sociedade multicultural em vários aspectos e não apenas uma religião hegemônica dominando.

Aliás o Estado brasileiro deveria até cobrar impostos das igrejas. E dar como fim o uso em divulgação de outras mitologias e não apenas a cristã: já que liberdade religiosa é um direito certamente; oferecer opções é questão de bom senso. E nada melhor que usar uma parcela que os fiéis entregam a pastores e padres no Brasil para financiar tal projeto. Afinal, porque um mito deve ser preferido e demais preteridos?

Este imposto ainda poderia ser útil na fiscalização do dinheiro corrente. Sabe-se lá quantas igrejas não podem ser usadas como lavagem de dinheiro? Ou deixando pastores sonegadores milionários?

Segue uma notícia em áudio de Hélio Schwartsman, que é entre outras coisas, filósofo e ateu.


Hélio Schwartsman comenta os enfrentamentos inter-religiosos

09/11/2007



Hélio Schwartsman, editorialista da Folha de S.Paulo e colunista da Folha Online, fala sobre os enfrentamentos inter-religiosos. Tendo como base o artigo "As Novas Guerras de Religião", da revista britânica "The Economist", publicado na última semana, o jornalista faz uma reflexão sobre os grupos religiosos e suas ameaças.

"De fins do século 18, com o Iluminismo, até bem recentemente, parecia de fato crível que o mundo caminhava para tornar-se menos religioso. Afinal, Darwin, Marx, Freud e Einstein provaram duas ou três coisinhas bastante interessantes. Mostraram que o homem, um bicho como qualquer outro, não comanda a história nem mesmo a psique humana. Pior, o próprio Universo funciona sem Deus, que pôde enfim ser reduzido a uma simples metáfora."