Sílvio Santos recusa milhões de R$ de fiéis?

Antes de começar já vem em mente uma primeira:
De onde vieram estes milhões que os líderes evangélicos ofereceram?

Do dízimo. Pelo menos boa parte.

Claro que é mais fácil dar o dízimo para o pastor do que dar aos pobres como teria dito Jesus. Ou ainda mais fácil é dar o dízimo para o pastor do que fazer algo realmente útil pelos carentes. E ainda você pode se sair com esta:
"fiz a minha parte. O pastor que arque com Deus depois."
E você ainda sai tendo a falsa sensação de que não facilitou para que a parte que caberia à Deus caísse nas mãos de uns espertos ou para que o dinheiro terminasse caindo no colo de algum dono de emissora de TV.

Ter TV ou não ter TV esta é a questão.

Enquanto Jesus teria 1 túnica ou 2, os "apóstolos", "bispos" ou pastores de hoje tem 1 rádio ou 2 ou 1 emissora de TV ou 2. São os cristãos em tempos (e templos) modernos!

Eu não sou contra as práticas não-cristãs pelos líderes "cristãos". Apenas fico preocupado quando o líder nem se importa de dizer-se cristão enquanto suas práticas ficam longe disso.

Alguns líderes, pregadores, diriam que
"já que tenho que viver apenas da pregação então a igreja tem que me 'dar' algo para que minha família e eu possamos pagar nossas despesas".
e assim se apropriam de parte do dízimo arrecadado.

Também não sou contra isto. Já que não quer pregar voluntariamente as palavras, supostamente, de Jesus, tudo bem. Já que quer cobrar, e caro, para pregar, tudo bem. Também tudo bem se quiser pegar parte do dízimo para arcar com suas despezas particulares. O problema é enriquecer com isto.

Sílvio Santos recusará os milhões os quais para uma TV evangélica não deveria ser cobrado?

Até onde fiquei sabendo, Sílvio Santos é judeu. Então ele não teria que ter qualquer compromisso com algo só porque é de origem evangélica. Talvez mesmo, o oposto: deveria recusar.

Provável que ele recusou menos por motivos religiosos e mais por motivos estratégicos: permitir que donos de emissoras concorrentes fizessem propaganda no SBT talvez fosse o mesmo que dar um tiro no pé, metaforicamente falando.

Agora, não é estranho que uma TV como a Record (de dono evangélico), cobre da IURD R$ 300 milhões anuais para exibir programas cristãos? Programas como Fala Que Eu Te Escuto, por exemplo. Você que é cristão acha que cobrar, e caro, para pregar seria uma atitude cristã?

Eu, se fosse dono da TV Record, cobraria e caro. Mas eu sou ateu. Apenas faria duas coisas: antes e depois do espaço reservado aos cristãos, deixaria programas mostrando as fraudes e atrocidades cometidas em nome de Deus, mostraria também porque as preces falham quando testadas seriamente, que não funcionam melhor que o placebo e assim por diante.

Algo como os dizeres "O Ministério da Saúde adverte: fumar causa..." que vinham antes das propagandas de cigarro. Só que para o cristianismo os avisos deveriam vir com muito mais detalhe e cuidado.

SBT em crise e igrejas evangélicas faceiras

Quando a notícia da crise na administração das empresas do Grupo Sílvio Santos surgiu, algumas igrejas evangélicas se apressaram em fazer oferta de dinheiro por espaço no SBT. A venda do banco Pan Americano por Sílvio Santos atiçou ainda mais o apetite de algumas igrejas evangélicas por espaços na grade de programação do SBT, segundo apurou o programa Ooops do UOL (vídeo da notícia segue abaixo).

Como o banco era um dos anunciantes, o SBT perderia então receitas desta fonte. Cientes disso, dirigentes das igrejas Internacional da Graça (R.R.Soares) teria subido sua oferta inicial. A Igreja e Mundial do Poder de Deus (Valdemiro Santiago) teria subido a oferta de R$ 15 milhões para quase R$ 18 milhões mensais!

Até a Igreja Universal do Reino de Deus estaria interessada numa fatia da programação do SBT. Claro que o crescimento da IURD interessa mais à TV Record do que ao SBT.

A assessoria de imprensa do SBT não confirmou com Ooops a negociação com os religiosos.

Segue o vídeo com esta e outras notícias


Link para esta notícia no programa Ooops da UOL

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